quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Ano Europeu do Desenvolvimento 2015

2015 foi um ano especial para o desenvolvimento. É o primeiro Ano Europeu do Desenvolvimento consagrado à acção externa da União Europeia e ao papel da Europa no mundo. Para as organizações de desenvolvimento de toda a Europa foi uma oportunidade única para mostrar o empenho da Europa na erradicação da pobreza à escala mundial e motivar mais europeus a implicar-se e a participar no desenvolvimento. 
É apenas um princípio, para continuar em 2016, na construção de um mundo com comunidades sem pobreza, num quadro de desenvolvimento sustentável. Ficámos longe, bastante longe, nem é bom falarmos na distância que nos separa dos Objectivos do Milénio; não podemos dar com uma mão e retirar com a outra; mas é importante continuar...não desistir...

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Solstício de Inverno 2015

No nosso hemisfério o Inverno começou hoje pela madrugada:


"Este ano o Solstício de Inverno ocorre no dia 22 de Dezembro às 04h 48m. Este instante marca o início do Inverno no Hemisfério Norte, estação mais fria do ano. Neste dia, o sol no plano da eclíptica passará pela declinação mínima (latitude ao equador) de -23° 26′  10″, atingindo o máximo de fluxo de energia solar (J/m2) no hemisfério sul do planeta.
Produz também um dos dias mais curtos do ano no hemisfério norte: apenas 9h e 27m 31,1s em Lisboa. O dia 21 é igualmente curto até à casa dos segundos. A duração do dia será de:  9h e 8m em Bragança;  9h e 13no Porto;  9h e 19m em Coimbra;  9h e 21em Castelo Branco;  9h e 29em Évora; 9h e 33em Ponta Delgada;  9h e 37em Faro;  10h e 0no Funchal;
Esta estação prolonga-se por 88,99 dias até ao próximo Equinócio que ocorre no dia 20 de Março de 2016 às 04h 30m.
Solstícios: pontos da eclíptica em que o Sol atinge as posições máxima e mínima de afastamento (altura) em relação ao equador, isto é, pontos em que a declinação do Sol atinge extremos: máxima no solstício de Verão e mínima no solstício de Inverno.
A palavra de origem latina (Solstitium) está associada à ideia de que o Sol devia estar estacionário, no movimento de afastamento ao equador, ao atingir a sua mais alta ou mais baixa posição no céu."
da página do Observatório Astronómico de Lisboa: http://oal.ul.pt/solsticio-de-inverno-2015/ 

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Lennon, Morrison e Jobim

John Lennon, 35 anos depois do seu assassinato,












Neste mesmo dia, Jim Morrison nasceu em 1943:


E em 1994 partiu Tom Jobim:


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A deficiência como caso de direitos humanos

A não esquecer, todos os os dias (que dedico ao amigo Fernando, infelizmente partiu durante este ano, e com quem aprendi muito sobre deficiências):

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Fernando Pessoa (1888-1935)

Nos oitenta anos da sua morte, recordando Pessoa:


O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso 
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos", 8-3-1914

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

100 anos da Teoria da Relatividade e o Ano Internacional da Luz

No dia 20 de dezembro de 2013, a 68ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o ano de 2015 como o Ano Internacional da Luz e das Tecnologias baseadas em Luz (International Year of Light and Light-based Technologies – IYL 2015).

O Ano Internacional da Luz é uma iniciativa mundial que visa destacar  a importância da luz e das tecnologias ópticas na vida dos cidadãos, assim como no futuro e no desenvolvimento das sociedades de todo o mundo. 
Dentro desta iniciativa está a comemoração dos 100 anos da apresentação da Teoria da Relatividade de Albert Einstein, que ocorreu a 25 de Novembro de 1915. A este propósito Carlos Fiolhais, professor do Departamento de Física da Universidade de Coimbra, afirmou que ainda ninguém conseguiu apontar qualquer erro à famosa teoria: "Faz 100 anos como nova. Resistiu um século e isso não é fácil porque houve muita gente a tentar derrubá-la" e escreveu hoje no jornal Público uma crónica de opinião muito interessante que pelo significado transcreve-se na integra:
O mito de Einstein, CARLOS FIOLHAIS 25/11/2015 - 05:37
Um dos pontos altos deste Ano Internacional da Luz é a celebração precisamente hoje, dia 25 de Novembro, do centenário da obra maior de Albert Einstein, a teoria da relatividade geral, que descreve a força da gravidade, ultrapassando Newton. Foi um dos maiores empreendimentos do espírito humano: percebeu-se que conceitos aparentemente tão díspares como o espaço, o tempo, a matéria e a energia estavam ligados por uma equação matemática que culminava longos esforços em demanda de uma descrição unificada do Universo. Ainda hoje essa equação se mantém de pé, apesar de todas as investidas teóricas e experimentais para a derrubar. De facto, a Natureza nada revelou até agora que nos faça duvidar da solidez da descrição einsteiniana.
Para mim como para tantos outros que escolherem a Física como profissão, Einstein foi um herói da juventude. Não me sentia tanto seduzido pelo lado icónico, seguramente o mais visível: o sábio de ar bondoso, farta cabeleira, camisola de lã e sandálias. Tratava-se antes da atracção pelo invisível, que a sua figura personificava melhor do que qualquer outra. Ele encarna a ideia de que o mundo é compreensível. Não sabemos porquê, mas é. O físico Einstein foi um pouco filósofo ao declarar: “O que há de mais incompreensível no mundo é o facto de ele ser compreensível.” Pode ser difícil, mas é possível decifrar os mistérios do mundo. O sábio suíço, nascido na Alemanha, também disse um dia que: “Deus é subtil, mas não é malicioso”. Não sendo ele uma pessoa religiosa no sentido comum, queria ele dizer que o Universo é intrincado, mas os seus mecanismos são acessíveis à mente humana. O trabalho continuado dos físicos e dos outros cientistas tem confirmado essa afirmação.
Incompreensível é também o facto de o mundo se revelar compreensível através de equações. O cérebro de Einstein produziu há cem anos uma equação, cuja beleza espantou o próprio autor (“A teoria é de uma beleza incomparável”, comentou), que permitiu previsões que se haveriam de revelar certeiras a respeito do mundo: um minúsculo desvio da órbita de Mercúrio em relação ao previsto usando as leis de Newton; uma pequena deflexão pelo Sol da luz proveniente de estrelas por detrás dele; buracos negros, abismos cósmicos que são fins locais do espaço-tempo; e o Big Bang, que é o início global do espaço-tempo a partir de uma prodigiosa concentração de energia. Galileu tinha dito que “o Livro da Natureza está escrito em caracteres matemáticos”. E Newton tinha escrito os Princípios Matemáticos de Filosofia Natural, contendo a sua lei da gravitação universal. Mas Einstein veio acrescentar, numa base matemática, que a geometria do espaço-tempo (espaço e tempo tinham sido ligados em 1905 na sua teoria da relatividade restrita) é comandada pela matéria-energia (os dois também ligados na mesma altura). A força da gravidade mais não é do que o encurvamento do espaçotempo, às ordens da matéria-energia. Para usar uma metáfora visual, um astro como o Sol está no espaço-tempo como uma bola em cima de um lençol esticado. Se colocarmos um berlinde, que será a Terra, com velocidade adequada ele rodará em torno da bola central.
Roland Barthes, o semiólogo e filósofo francês que tal, como a teoria maior de Einstein, nasceu há cem anos (designadanente a 12 de Novembro de 1915), escreveu nas suas Mitologias (Edições 70, 1978): “(...) o produto da sua invenção assumia uma condição mágica, reincarnava a velha imagem esotérica e uma ciência inteiramente encerrada nalgumas letras. Há um único segredo do mundo e esse segredo condensa-se numa palavra, o Universo é um cofre-forte de que a humanidade procura a cifra: Einstein chegou quase a encontrá-la, é esse o mito de Einstein; aí se nos deparam de novo todos os temas gnósticos: a unidade da Natureza, a possibilidade irreal de uma redução fundamental do mundo, o poder de abertura da palavra, a luta ancestral entre um segredo e uma linguagem, a ideia de que o saber total não pode descobrir-se senão de um só golpe, como uma fechadura que cede bruscamente depois de mil tacteamentos infrutuosos.”
O prolongado confronto do cérebro humano com o Universo (um confronto natural pois o nosso cérebro é a única parte do Universo que o consegue compreender) vai tendo resultados felizes, como a epifania de Einstein há cem anos. A história da ciência ensina-nos que cada revelação não é o fim de nada, mas um novo princípio. Einstein não foi o fim de Newton, cuja teoria da gravitação universal continua a ser válida em certas condições. Foi o início de uma cosmovisão bem mais fantástica do que a de Newton, pois o mundo do sábio inglês não podia albergar buracos negros nem provir de uma explosão inicial. Escreveu o Padre Teilhard de Chardin, paleontólogo e teólogo francês contemporâneo de Einstein: “à escala do cósmico só o fantástico pode ser verdadeiro.”

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Save a Prayer

Talvez nunca saberei explicar porque gosto desta canção!

Versão Live (on TFI Friday) com os Eagles Of Death Metal, os tais rapazes que gostam apenas de  rock e diversão

domingo, 15 de novembro de 2015

Madrugada

A "Madrugada" fez recentemente 40 anos. É indiscutivelmente uma grande canção nos contornos de um tempo que...afinal continua próximo, assumindo novas e duras realidades. Um tema bem a propósito nestes dias!
Nos quarenta anos da sua vitória no Festival da Canção de 1975, Duarte Mendes e Pedro Madeira deram voz a um dueto inesperado entre duas gerações. E assim, juntamente com o pianista Pedro Zagalo, se recreou "Madrugada", de José Luís Tinoco (letra e música).

Gravado por: Diogo Lavado
Edição: Pedro Madeira
Produção: Pedro Madeira

"Madrugada"

Dos que morreram sem saber porquê
Dos que teimaram em silêncio e frio
Da força nascida no medo
E a raiva à solta manhã cedo
Fazem-se as margens do meu rio.

Das cicatrizes do meu chão antigo
E da memória do meu sangue em fogo
Da escuridão a abrir em cor
Do braço dado e a arma flor
Fazem-se as margens do meu povo

Canta-se a gente que a si mesma se descobre
E acorda vozes arraiais
Canta-se a terra que a si mesma se devolve
Que o canto assim nunca é demais

Em cada veia o sangue espera a vez
Em cada fala se persegue o dia
E assim se aprendem as marés
Assim se cresce e ganha pé
Rompe a canção que não havia

Acordem luzes nos umbrais que a tarde cega
Acordem vozes e arraiais
Cantem despertos na manhã que a noite entrega
Que o canto assim nunca é demais

Cantem marés por essas praias de sargaços
Acordem vozes, arraiais
Corram descalços rente ao cais, abram abraços
Que o canto assim nunca é demais
O canto assim nunca é demais

terça-feira, 10 de novembro de 2015

10.11.15

No dia em que Álvaro Cunhal nasceu, há 102 anos, uma foto curiosamente esperançosa!


E, entretanto:


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Dia Mundial do Cinema

No Dia Mundial do Cinema ainda a recordação do incontornável Fonseca e Costa e a homenagem ao cinema português:








quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Senta-te aí

Porque hoje é 4 de Novembro ("Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai" - Sigmund Freud):




segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Fonseca e Costa

Recordando o cineasta José Fonseca e Costa que partiu ontem, aos 82 anos:




quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Provérbio

Bendito aquele que consegue dar aos seus filhos asas e raízes



O comboio faz 159 anos

A primeira viagem de comboio em Portugal, entre Lisboa e o Carregado, realizou-se a 28 de Outubro de 1856, faz hoje 159 anos. 

Fonte: www.cp.pt


Nesse tempo não havia estradas, nem bons caminhos. Até então as viagens eram muito morosas, mas a chegada do comboio rapidamente aproximou cidades, vilas. aldeias e lugares de Portugal. De facto, a evolução do caminho de ferro em Portugal, para além de uma grande aventura humana, mudou profundamente o país e acelerou o seu desenvolvimento.

Fontes Pereira de Melo, um dos grandes mentores do comboio em Portugal, afirmaria mais tarde:

"Sou tão enthusiasta pelos caminhos de ferro que, se fosse possível, obrigava todo o paiz a viajar de comboio durante 6 meses." in a "A Locomotiva", 1883.


 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

O Manoel também marcou três...

A propósito do desfecho do dérbi de Domingo é muito justo recordar um outro momento em que o SCP venceu também o SLB por 3-0, só que em Alvalade, numa magnífica tarde dos idos anos setenta do século passado, em que o grande Manoel fez um hat-trick, ditando a eliminação do rival nessa edição da Taça de Portugal. Infelizmente, esta glória do Sporting, que ficou conhecido como “bom” companheiro, ou o “Manoel do ó”, faleceu recentemente, no último dia 17 de Outubro, aos 62 anos, vítima de paragem cardíaca. Houve condolências oficiais e minutos de silêncio, mas aquilo que marca para sempre a memória dos sportinguistas foram os golos marcados por esta glória e, em particular, a tarde de sonho de Março de 1977 quando marcou os tais três golos ao Benfica. Obrigado Manoel!
O Manoel da Silva Costa, de seu nome, nasceu a 14 de Fevereiro de 1953, em Porto Alegre, no Brasil e foi um dos bons avançados brasileiros que passaram pelo Sporting na segunda metade da década de 70 e princípio da década de 80. Manoel passou ainda por equipas como Sp. Braga, Ac. Viseu, Odivelas, Amora ou Almancilense. Quando chegou a Alvalade, já numa fase adiantada da época de 1975-76, veio para substituir o inesquecível Yazalde e isso muito provavelmente condicionou a impressão colectiva sobre a qualidade do seu futebol. Permaneceu no SCP até 1981 onde marcou 57 golos em 151 jogos, contribuindo de forma significativa para a conquista de uma Taça de Portugal (1978) e de um Campeonato Nacional (1980). Este brasileiro não era um jogador dotado da imprevisibilidade de Keita, da técnica surpreendente de Manuel Fernandes ou da magia de Rui Jordão, apesar de ter jogado com todos eles na linha avançada do SCP. 
"Foi um jogador vibrante e explosivo, possante e bravo, intenso como hoje se diz, que colocava uma invulgar energia em cada lance que disputava. Ao contrário do que muitos garantiam, não era tosco e quando tinha a bola sabia bem o que fazer com ela. Jogava com facilidade nas alas e aparecia repentino na grande área onde aplicava o seu remate espontâneo e fortíssimo. Punha a cabeça onde muitos não colocavam o pé.
Fonte: blogue camarote leonino.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Em 1985 McFly viajou para o futuro e aterrou 30 anos depois

A viagem no tempo futuro do filme Regresso ao Futuro II, no segundo dos três filmes da série,  transportava-nos para os nossos dias, mais precisamente o dia 21 de outubro de 2015, absolutamente longínquo nos idos oitenta do século passado (como o tempo passa!). No futuro, representado nesse filme de 1989, existem carros a voar pelo ar, matrículas em código de barras, binóculos do tamanho de um cartão de crédito e o Tubarão 19 a estrear no cinema. Para os menos atentos, mas nem por isso menos entusiastas da saga Back to the Future, realizado por Robert Zemeckis e produzido por Steven Spielberg, e que celebrizou Michael J. Fox, no papel de Marty McFly, esta data estava esquecida no baú da nossa memória até que algumas noticias começaram a mencionar a celebração da data, um dia especial para muitos cinéfilos.
No episódio II de Back to the Future, a 26 de outubro de 1985, Marty McFly entrou no DeLorean de Doc Emmett Brown, interpretado por Christopher Lloyd, para uma viagem no tempo até Hill Valley, na Califórnia. A hora de aterragem apontava o dia de hoje às 16.29 horas de 21 de outubro de 2015.
Regresso ao Futuro II foi lançado em 1989, mas a história passa-se em 1985, data do primeiro filme da trilogia, e são esses 30 anos que agora são lembrados, com a edição de uma caixa especial que junta os três filmes em versão DVD e Blu-ray
E quem tem bem presente na memória as aventuras do filme, pode ver como os anos passaram sobre os actores. Michael J. Fox, que há vários anos sofre de Parkinson(já tem 54 anos), e Christopher Lloyd faz 77 anos na quinta-feira, o dia a seguir a ‘regressar’ ao futuro.
É certo que o filme Regresso ao Futuro II não acertou em todas as invenções que iriam existir em 2015 mas acertou em algumas – por exemplo, os televisores LED e o cinema 3D, entre outros. E sendo o tema o futuro e tecnologias avançadas, a Toyota “juntou-se à festa” com o lançamento do Mirai, um modelo movido a células de hidrogénio.
E se o carro dos filmes não era uma Toyota, mas sim o Delorean DMC-12 que ainda faz suspirar muitos amantes de automóveis, a marca já tinha alguma ligação ao Regresso ao Futuro, pois Marty McFly sonhava ter uma carrinha pick-up preta Toyota Hilux, bastante personalizada. Nesta quarta-feira, data "mágica" de celebração do 21 de Outubro, os atores Michael J. Fox e Christopher Lloyd juntaram-se a convite da Toyota para um anúncio que pretende recordar o filme.

sábado, 10 de outubro de 2015

A Portuguesa


A República Portuguesa nasceu em Outubro de 1910, tendo nesta sequência a Assembleia Nacional Constituinte consagrado como Hino Nacional a PORTUGUESA, em 19 de Junho de 1911. A PORTUGUESA foi composta em 1890, com letra de Henrique Lopes de Mendonça e música de Alfredo Keil. Foi utilizada desde cedo como símbolo patriótico mas também republicano. Em 31 de Janeiro de 1891, numa tentativa falhada de golpe de Estado que pretendia implantar a República em Portugal, esta canção já aparecia como a opção dos republicanos para Hino Nacional, o que veio a acontecer mais tarde como a instauração em definitivo da República.

A PORTUGUESA foi designada como um dos símbolos nacionais de Portugal no pós-25 de Abril de 1974, precisamente na Constituição da República Portuguesa de 1976, constando no artigo 11.°, n.º 2,

Exaltemos a República Portuguesa todos os dias, ainda que de uma forma simples, como esta, ouvindo Isabel Silvestre:


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O Outono chegou!

Hoje ocorreu o Equinócio de Outono às 09h20m, momento que marca o início do Outono no Hemisfério Norte. Esta estação prolonga-se por 89,81 dias até ao próximo Solstício que ocorre no dia 22 de Dezembro às 04h48m.
Equinócio define-se como o «instante em que o Sol, no seu movimento anual aparente, passa no equador celeste. A palavra de origem latina aequinoctium agrega o nominativo aequus (igual) com o substantivo noctium, genitivo plural de nox (noite). Assim significa “noite igual” (ao dia), pois nestas datas dia e noite têm igual duração, tal é a ideia que permeia a sociedade.»
O site do Observatório Astronómico de Lisboa (http://oal.ul.pt/equinocio-de-outono-2015/)  esclarece sobre a duração do dia igual à noite no dia do Equinócio:
«Sobre a duração igual das noites no equinócio, na realidade, não é bem assim… Os equinócios estão definidos como o instante em que o ponto central do sol passa no equador e, por isso, o centro solar nasce no ponto cardeal Este e põe-se exactamente a Oeste, encontrando-se durante 12 horas acima do horizonte matemático em qualquer lugar da Terra nestes dias.
Contudo este facto não resulta numa duração do dia solar de 12 horas, pois a luz directa no chão surge quando o bordo superior do sol nasce, tal como desaparece no ocaso, e o sol tem um diâmetro aparente de 32′ (minutos de arco). Além disso há refracção atmosférica: quando o bordo superior está no horizonte o centro do sol encontra-se ≈50′ abaixo do horizonte, mais do que o seu diâmetro.
Com estas condições físicas e devido ao movimento da translação terrestre, apenas no dia 26 de Setembro de 2015 haverá 12,00 horas com luz solar directa no solo. Nesse dia o disco solar nasce às 7h 28m e põe-se às 19h 28m em Lisboa, com apenas 10 segundos de desvio às 12h certas.»
Pôr do sol com “flash” verde sobre o extremo do Cabo Linaro e o Castelo de Santa Severa (Roma) à direita. Nesta sequência de 17 poses  realizada por Danilo Pivato em 21 de Junho de 2013, vê-se a parte final da trajectória diurna do sol.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Uma frase de Leonardo...


“Vivemos, não numa época de mudanças…
Mas numa mudança de épocas!” 
(Leonardo da Vinci 1452 - 1519)

terça-feira, 15 de setembro de 2015

250 anos do nascimento de Bocage

Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage nasceu em Setúbal a 15 de Setembro de 1765 (por esse motivo é feriado municipal neste dia), tendo falecido, em Lisboa, a 21 de Dezembro de 1805
Era filho do bacharel José Luís Soares de Barbosa, juiz de fora, ouvidor, e depois advogado, e de D. Mariana Joaquina Xavier L'Hedois Lustoff du Bocage, cujo pai era o Almirante francês Gil Hedois du Bocage, que chegara a Lisboa em 1704, para reorganizar a Marinha de Guerra Portuguesa. 
Faz hoje 250 anos sobre o seu nascimento, uma data "redonda" que foi assinalada com o hastear da bandeira no edifício da Câmara Municipal de Setúbal, dando assim o"pontapé de saída" de umas comemorações que se vão prolongar por todo o ano na cidade do Sado (não só), com um programa de comemorações que inclui colóquios, cinema, teatro, sessões de poesia e lançamentos de livros, entre outras iniciativas. 
O objectivo é dar a conhecer Bocage, no fundo trazer o poeta para o século XXI, com o intuito de contrariar os estereótipos à sua volta, divulgando e internacionalizando a obra de um poeta que Daniel Pires, presidente de Centro de Estudos Bocageanos, compara a Camões e Pessoa. Nas palavras deste especialista e comissário das comemorações, Bocage foi um "poeta e pessoa da transgressão", e explica que Bocage "transgrediu quer literariamente quer no seu quotidiano, frequentando a boémia, optando pelos valores da revolução francesa, criticando o chamado 'antigo regime' da época e daí ter estado encarcerado várias vezes".
Também a Biblioteca Nacional se vai associar às comemorações, evocando o poeta, o tradutor, o dramaturgo e o cidadão, com a Exposição "Da inquietude à transgressão: eis Bocage…" patente ao público de 17 de Setembro a 31 de Dezembro 2015.
Auto retrato
Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio e não pequeno;
Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos, por taça escura,
De zelos infernais letal veneno;
Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades,
Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades,
Num dia em que se achou mais pachorrento.
— Bocage

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Vítor Damas, uma evocação 12 anos depois

Na passagem dos 12 anos do falecimento do Grande Vítor Damas (13/09/2003), o Sporting Memória criou um vídeo com 50 grandes defesas do antigo guarda-redes Sporting Clube de Portugal, uma das maiores Glórias do SCP.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Uma carta sobre outro 11 de Setembro...de 1973

Uma curta dirigida por Ken Loach para o filme 11/11, sobre os atentados de 11 de Setembro de 2011, onde se apresenta a carta aberta de um cidadão chileno que vive em Londres após ser exilado por força da ditadura de Augusto Pinochet, iniciada numa terça-feira, 11 de Setembro de 1973, após o golpe militar que derrubou o governo de esquerda de Salvador Allende. Uma data trágica para o Chile, o dia em que o regime democrático foi derrubado por uma acção conjunta dos militares e outras organizações chilenas, com o apoio do governo dos Estados Unidos e da CIA. 


Allende sempre afirmou que estava a cumprir um mandato dado pelo povo em 1970 e que só sairia do Palácio de La Moneda depois de o cumprir. Ou que o faria "com os pés para diante, num pijama de madeira". Assim aconteceu. O resto é conhecido: milhares de chilenos foram assassinados durante o regime sanguinário de Pinochet.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Breve apontamento sobre as festas do município de Vendas Novas ao longo do tempo

Cinquenta e três anos depois da criação do concelho de Vendas Novas (que pela luz da Constituição da República Portuguesa de Abril se deve chamar município de Vendas Novas) continua o pleno sentido da recordação seguinte: "Foi pelas 15 horas da sexta-feira dia 7 de Setembro de 1962, (...) tocavam as sirenes, replicavam os sinos, estrelajavam os foguetes...as pessoas vinham para a rua festejar uma noticia aguardada há quase 50 anos: a criação do concelho de Vendas Novas..."
Na verdade não foi exactamente assim, pois, num momento inicial, houve até preocupação porque muitas pessoas não sabiam o que se estava a passar com as sirenes e os sinos. Mas passados esses momentos a população veio para a rua festejar, tendo a celebração oficial da criação do concelho sido realizada a 13 e 14 de Outubro de 1962, com uma grandiosa festa no local onde actualmente coexistem o largo da Câmara Municipal e a praça D. Pedro V (parada militar). Tinham, assim, inicio as primeiras festas populares em Vendas Novas relativas à conquista de um novo patamar de autonomia. Mas chegados aqui é bom relembrar aos mais esquecidos, ou que se fazem (porque dá jeito e ao que parece existem por aí tantos esquecidos!), que, sendo certo que a data não mais se deixou de assinalar, as primeiras comemorações oficiais do 7 de Setembro apenas terão lugar onze anos depois, em 1973, quando era Presidente da Câmara Municipal, Manuel Coelho de Oliveira, e que aliás foram muito pobres em actividades, salvando-se os arcos festivos colocados ao longo do troço urbano da EN4. Com a Revolução do 25 de Abril, e a instituição do Poder Local Democrático, as designadas Festas do Concelho ganham a dimensão que hoje conhecemos, com programas diversificados e adaptados a cada momento, percorrendo várias áreas de intervenção e focalizadas na heterogeneidade de públicos, celebrados sempre com muito orgulho no trabalho desenvolvido por todos aqueles que ao longo de décadas lutaram pela nossa emancipação, mas, igualmente por aqueles que nestes 53 anos souberam construir um território melhor para viver. Por várias razões, as comemorações tiveram que mudar de lugar durante alguns anos, mas regressaram ao lugar inicial aquando da comemoração dos 50 anos do município, em 2012, com grandiosa adesão popular e depois de um enorme esforço para que isso acontecesse através do trabalho dedicado de muitos e muitos vendasnovenses. Ao longo dos anos houve programas mais ou menos exuberantes, tal como acontece hoje e, certamente, assim será no futuro. Não é difícil constatar isso num passado muito recente, pelo que não vale a pena construírem-se cenários virtuais sobre uma realidade que não existiu, apenas foi diferente.

domingo, 6 de setembro de 2015

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O Oceanário de Lisboa

Ontem visitei o Oceanário de Lisboa, se a memória não me falha pela terceira vez desde a sua abertura em 1998. Sem qualquer dúvida, trata-se de um projecto fantástico que deve orgulhar todos os portugueses, que é motivo de visita para inúmeros turistas estrangeiros e nacionais e objecto de reconhecimento internacionalmente, tal como mostra a recente distinção "o melhor aquário do mundo em 2015 pelo Traveler's Choice do TripAdvisor", classificação obtida por este portal de viagens e de turismo, tendo como base a qualidade e quantidade de opiniões dos utilizadores.
De acordo com a informação disponibilizada "No último ano, o Oceanário recebeu turistas de mais de 180 nacionalidades e que partilharam a experiência da visita no TripAdvisor. Das 10.835 avaliações disponibilizadas no portal, 7.153 têm a classificação de "Excelente" e posicionam o equipamento em primeiro lugar das 444 experiências a viver em Lisboa."


São obviamente boas notícias, que comprovam a qualidade do equipamento e do projecto que o sustenta. As entradas são caras para o nível de vida do português médio (o que dirá o português que vive com dificuldades!), mas provavelmente é uma questão indispensável para o seu equilíbrio financeiro. Não se percebe, assim, o porquê da concessão/privatização deste equipamento por parte do Governo por uma bagatela que não enche a cova de um dente de tubarão. Enfim, é a politica do tudo à venda, vamos ver que mais valias se perspectivam e se daqui a 5/10 anos continuamos a ver um projecto português, abrangente, minimamente acessível e sustentável a todos os níveis. Tenho sérias dúvidas!

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Paredes de Coura 2015

O festival de Paredes de Coura começa hoje e constitui em cada ano uma oportunidade renovada de conhecer ou revisitar a música. A envolvente e a excelência do cartaz faz a música ganhar outra dimensão. Este ano com ambientes mais psicadélicos, mas não só, começa com um primeiro dia em cheio, com Ceremony, TV on the Radio, Blood Red Shoes ou Slowdive e, depois até dia 22 é ver Tame Impala, Ratatat, The War on Drugs, Fuzz, Woods, Mark Lanegan Band, a lusa-alemã Nicole Eitner and the Citizens, os portugueses Peixe:Avião e The Legendary Tigerman e tanto mais que é difícil enumerar todos. A não perder! 
Mais informações em: http://www.paredesdecoura.com/

Para adoçar, três registos em tons diferentes:




quarta-feira, 12 de agosto de 2015

e a 12 de Agosto, um discurso que nos dói...e a glória

A 12 de Agosto de 1963, pouco tempo depois do Conselho de Segurança ter condenado a política colonial portuguesa, o ditador fascista A. Salazar fazia um discurso aos microfones da RTP e Emissora Nacional que ficou célebre (tristemente, diria!).  
Vejamos então um pequeno excerto do discurso, bem ilustrativo:  
"Sem hesitações, sem queixumes, naturalmente como quem vive a vida, os homens marcham para climas inóspitos e terras distantes a cumprir o seu dever. O Dever que lhes é ditado pelo coração e pelo fim da Fé e Patriotismo que os ilumina. Diante desta missão, eu entendo mesmo que não se devem chorar os mortos. Melhor: Nós havemos de chorar os mortos se os vivos os não merecerem."
Será que a esmagadora maioria dos portugueses sentiam verdadeiramente estas palavras? pelo que sabemos, definitivamente não. Mas passados mais de cinquenta anos, e para os menos atentos, é preciso afirmar que este legado continua por aí; desaparecido a 25 de Abril de 1974, mas por muito pouco tempo, ressurgiu rapidamente, primeiro com "passinhas" mansas embora bem assertivas (lembram-se! faz agora 40 anos já fazia das boas aproveitando as hesitações e boas vontades de alguns) e agora já em todo o seu esplendor, com “passos” bem largos. A não esquecer!
Num outro plano oposto, a 12 de Agosto de 1984, Carlos Lopes daria a Portugal a 1.ª Medalha de Ouro em Jogos Olímpicos, aqui evocada através da reportagem da SIC em 2009. Simplesmente memorável!

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O Estrela de Vendas Novas faz hoje 95 anos

O Estrela Futebol Clube de Vendas Novas comemora hoje o 95.º aniversário. Muitos Parabéns ao clube, representados pelos actuais corpos directivos encabeçados pelo actual Presidente da Direcção, César Florindo, e a todos os que diariamente contribuem para que este nome, quase centenário, se eleve ainda mais, honrando o passado glorioso da colectividade, dos seus fundadores e dos que lealmente a serviram durante nove décadas e meia.


sexta-feira, 7 de agosto de 2015

António Dias Lourenço, um amante da liberdade

António Dias Lourenço faleceu em 2010, faz hoje 5 anos. É pois um momento oportuno para não esquecer esse grande português e um dos mais destacados dirigentes comunistas da história do PCP que dedicou a vida à luta dos trabalhadores e do povo português, à luta do seu Partido contra o regime fascista, contra a exploração, pela liberdade, pela democracia, pelo socialismo e por uma nova sociedade.

Dias Lourenço nasceu em Vila Franca de Xira em 25 de Março de 1915, filho de uma costureira e de um ferreiro. Foi amigo de infância de Alves Redol. “Muitas vezes quando a maré já estava vazia íamos de barco até uma rocha que ficava um bocadinho fora do Tejo no momento da vazão da maré. Descíamos e íamos apanhar o marisco. Éramos íntimos amigos”, disse Dias Lourenço em 2007 numa entrevista ao jornal “O Mirante”. Com Redol, Dias Lourenço é co-responsável pela popularização do neo-realismo. “O Alves Redol era o principal, mas eu e vários jovens com tendências intelectuais e políticas demos grande impulso a todo esse movimento literário que é conhecido naquela zona”, contou na mesma entrevista. 
Aos 13 anos Dias Lourenço começou a trabalhar, como torneiro mecânico. Aos 17 aderiu ao PCP. “Éramos jovens profundamente ligados à intelectualidade e ao jornalismo. Organizávamos aulas no velho sindicato que funcionava como escola. Chegamos a juntar 50 ou 60 trabalhadores com mulheres. Costureiras e fiadeiras e operários. Aprendi a falar Esperanto para poder dar aulas à malta. Tínhamos muita actividade literária e com forte participação nesses jornais da época. Não só de Vila Franca e do Ribatejo, mas também de Lisboa”.
António Dias Lourenço teve activa participação na reorganização do Partido de 1940/41, nomeadamente no Baixo Ribatejo (onde integrou o respectivo Comité Regional), tendo-se tornado funcionário do Partido e passado à vida clandestina em 1942, assumindo a responsabilidade de tipografias e do aparelho central da distribuição da imprensa do Partido. 
Eleito para o Comité Central em 1943 só de lá saiu em 1996 "para dar lugar a outros camaradas mais novos". Dias Lourenço integrou organismos dirigentes das grandes greves de Julho e Agosto de 1943 e de Maio de 1944 e esteve ainda ligado a outras grandes acções de massas como o 1º de Maio de 1962 e a luta pela conquista das 8 horas de trabalho nos campos. Integrou o Secretariado do Partido entre 1957 e 1962, e foi membro da Comissão Política em 1956 e entre 1974 e 1988. Foi responsável pelo «Avante!», Órgão Central do PCP, de 1957 a 1962, ano da segunda prisão, e seu Director desde a publicação do primeiro número legal em 1974 até 1991.
Preso duas vezes, em 1949 e 1962, Dias Lourenço passou 17 anos nas prisões fascistas, tendo protagonizado uma das mais audaciosas fugas ao evadir-se do Forte de Peniche em 1954. Nesta fuga, quando viu que o grupo de pescadores com quem seguia queria entregá-lo à polícia, abriu o jogo: "Sou membro do PCP, acabei de fugir do Forte, vocês têm de me ajudar". Eles ajudaram. Em 1960, é Dias Lourenço quem organiza a fuga de Álvaro Cunhal e de mais dez membros do PCP, num "trabalho meticuloso e sigiloso que durou muitos meses".

Entre 1962 e Abril de 1974, haveria de voltar à prisão onde "não podia inventar nada, porque nem papel tinha para escrever". Mas Dias Lourenço "ia pensando em tudo, fazendo versos, cantando cá para mim", como recorda numa das muitas vezes que voltou a Peniche para recordar passo a passo a audaciosa fuga de 1954. "Engendrou tudo sozinho, estudou as marés, avisou que ia partir, destruiu a vedação de uma cela solitária, atirou-se ao mar em pleno Dezembro - quando a polícia chegou ao local, constatou que é preciso gostar muito da liberdade para fugir daquela maneira".
Dias Lourenço nunca negou a sua ligação ao partido, mas não havia ameaça ou tortura que o fizesse abrir a boca. "Sou membro do Comité Central do PCP, mas recuso-me a dizer seja o que for", declarou, quando foi preso pela primeira vez, em 1949, antes de ser espancado a cassetete com a preocupação de manter uma expressão que não fosse de dor, Inventou “um sorriso constante” para que os pides não lhe vissem na cara o sofrimento provocado pela tortura. “Eu já sabia que eles gostavam de ver a cara dos presos sob a tortura. E resolvi construir para a minha cara um ligeiro sorriso constante. (…) A mim não me hão-de ver a cara torturada”. Quando o filho António morreu, ainda criança – o maior desgosto da vida de Dias Lourenço – não o deixaram ir ao funeral.  “O facto de estar preso e de não lhe permitirem comparecer no funeral foi uma forma particularmente vil de [a PIDE] procurar quebrar a sua firmeza. Uma vez mais, falharam. A prisão da sua filha Ivone foi igualmente causa de sofrimento. Mas também de orgulho, pela mulher e pela comunista que se tornara”.  
Quando chegou o 25 de Abril, António Dias Lourenço estava preso no hospital-prisão de Caxias. E antes da revolução estava a planear outra fuga. Uma vez disse: “O 25 de Abril lixou-me a fuga”. Dessa vez a ideia era vestir-se de mulher e sair pela porta principal no final do horário das visitas, misturando-se com elas. O actor Rogério Paulo já lhe tinha entregue duas perucas, uma loira e outra morena, para compor o disfarce. Mas da segunda vez não foi preciso. Ao todo, António Dias Lourenço esteve preso 17 anos. Cinco em Peniche, de onde saiu atirando-se para o mar, e 12 em Caxias até ser libertado pelo 25 de Abril. Quando Álvaro Cunhal chegou a Lisboa vindo do exílio, António Dias Lourenço já conseguiu ir esperá-lo ao aeroporto. 
António Dias Lourenço foi Deputado entre 1975 e 1987, tendo feito parte da Assembleia Constituinte. Deixou publicadas valiosas obras ligadas à luta como «Vila Franca de Xira: um concelho no país – contribuição para a história do desenvolvimento socio-económico e do movimento político-cultural», «Alentejo: legenda e esperança», e ainda «Saudades... não têm conto! - Cartas da prisão para o meu filho Tónio».
Com Alves Redol, Dias Lourenço inventou os “passeios no Tejo”. “O Redol e eu fazíamos o trajecto entre Vila Franca e o Carregado. Saíamos do barco e íamos petiscar para o campo. Uma gaita! Íamos comer, mas íamos era conversar sobre política. No Tejo não havia ninguém para nos ouvir. Ali ficávamos e ali fazíamos grandes reuniões. Já nas propriedades do Palha Blanco”, contou Dias Lourenço a “O Mirante”. 
Assistiu ao nascimento de Alves Redol escritor: “O Redol a certa altura começa a escrever. E um dia em Vila Franca chama-me. Tinha seis folhas de papéis almaço escritas à mão. ‘Olha, quero que tu leias e que me digas se sou capaz de escrever um romance’. Então eu pus-me em sentido, em jeito de brincadeira: ‘Decreto número um, artigo primeiro: Declaro que tu és capaz de fazer um romance’ (Risos). Claro que era capaz de escrever romances, como sabe, fez vários... mas esse era o primeiro. Chamava-se “Glória – uma aldeia do Ribatejo”.  
Um dia, em plena ditadura, canta “A Internacional” ao lado de Miguel Torga. “Uma vez eu, o Redol e ele passámos o Tejo para o lado de lá. Tinha acabado a Guerra Civil de Espanha. Estávamos a falar os três sobre o assunto. O Torga, o Redol e eu a certa altura começámos a cantar ‘A Internacional’. A certa altura diz o Torga: ‘Caramba, nunca pensei que alguma vez se pudesse cantar a Internacional alto neste nosso Portugal!”. É claro. Ninguém mais podia ouvir. Senão nós três. Estávamos sozinhos”. 
Viveu 17 anos na clandestinidade e esteve preso outros tantos, dirigiu o jornal Avante durante igual período e dizia que 17 era o seu número da sorte e do azar. Até ao fim, mesmo com a saúde já débil, Dias Lourenço continuou a ir quase todos os dias à sede do PCP. São assim os "nossos grandes Homens"!
Fontes: www.pcp.pt; JN; Wikipédia