quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O Oceanário de Lisboa

Ontem visitei o Oceanário de Lisboa, se a memória não me falha pela terceira vez desde a sua abertura em 1998. Sem qualquer dúvida, trata-se de um projecto fantástico que deve orgulhar todos os portugueses, que é motivo de visita para inúmeros turistas estrangeiros e nacionais e objecto de reconhecimento internacionalmente, tal como mostra a recente distinção "o melhor aquário do mundo em 2015 pelo Traveler's Choice do TripAdvisor", classificação obtida por este portal de viagens e de turismo, tendo como base a qualidade e quantidade de opiniões dos utilizadores.
De acordo com a informação disponibilizada "No último ano, o Oceanário recebeu turistas de mais de 180 nacionalidades e que partilharam a experiência da visita no TripAdvisor. Das 10.835 avaliações disponibilizadas no portal, 7.153 têm a classificação de "Excelente" e posicionam o equipamento em primeiro lugar das 444 experiências a viver em Lisboa."


São obviamente boas notícias, que comprovam a qualidade do equipamento e do projecto que o sustenta. As entradas são caras para o nível de vida do português médio (o que dirá o português que vive com dificuldades!), mas provavelmente é uma questão indispensável para o seu equilíbrio financeiro. Não se percebe, assim, o porquê da concessão/privatização deste equipamento por parte do Governo por uma bagatela que não enche a cova de um dente de tubarão. Enfim, é a politica do tudo à venda, vamos ver que mais valias se perspectivam e se daqui a 5/10 anos continuamos a ver um projecto português, abrangente, minimamente acessível e sustentável a todos os níveis. Tenho sérias dúvidas!

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Paredes de Coura 2015

O festival de Paredes de Coura começa hoje e constitui em cada ano uma oportunidade renovada de conhecer ou revisitar a música. A envolvente e a excelência do cartaz faz a música ganhar outra dimensão. Este ano com ambientes mais psicadélicos, mas não só, começa com um primeiro dia em cheio, com Ceremony, TV on the Radio, Blood Red Shoes ou Slowdive e, depois até dia 22 é ver Tame Impala, Ratatat, The War on Drugs, Fuzz, Woods, Mark Lanegan Band, a lusa-alemã Nicole Eitner and the Citizens, os portugueses Peixe:Avião e The Legendary Tigerman e tanto mais que é difícil enumerar todos. A não perder! 
Mais informações em: http://www.paredesdecoura.com/

Para adoçar, três registos em tons diferentes:




quarta-feira, 12 de agosto de 2015

e a 12 de Agosto, um discurso que nos dói...e a glória

A 12 de Agosto de 1963, pouco tempo depois do Conselho de Segurança ter condenado a política colonial portuguesa, o ditador fascista A. Salazar fazia um discurso aos microfones da RTP e Emissora Nacional que ficou célebre (tristemente, diria!).  
Vejamos então um pequeno excerto do discurso, bem ilustrativo:  
"Sem hesitações, sem queixumes, naturalmente como quem vive a vida, os homens marcham para climas inóspitos e terras distantes a cumprir o seu dever. O Dever que lhes é ditado pelo coração e pelo fim da Fé e Patriotismo que os ilumina. Diante desta missão, eu entendo mesmo que não se devem chorar os mortos. Melhor: Nós havemos de chorar os mortos se os vivos os não merecerem."
Será que a esmagadora maioria dos portugueses sentiam verdadeiramente estas palavras? pelo que sabemos, definitivamente não. Mas passados mais de cinquenta anos, e para os menos atentos, é preciso afirmar que este legado continua por aí; desaparecido a 25 de Abril de 1974, mas por muito pouco tempo, ressurgiu rapidamente, primeiro com "passinhas" mansas embora bem assertivas (lembram-se! faz agora 40 anos já fazia das boas aproveitando as hesitações e boas vontades de alguns) e agora já em todo o seu esplendor, com “passos” bem largos. A não esquecer!
Num outro plano oposto, a 12 de Agosto de 1984, Carlos Lopes daria a Portugal a 1.ª Medalha de Ouro em Jogos Olímpicos, aqui evocada através da reportagem da SIC em 2009. Simplesmente memorável!

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O Estrela de Vendas Novas faz hoje 95 anos

O Estrela Futebol Clube de Vendas Novas comemora hoje o 95.º aniversário. Muitos Parabéns ao clube, representados pelos actuais corpos directivos encabeçados pelo actual Presidente da Direcção, César Florindo, e a todos os que diariamente contribuem para que este nome, quase centenário, se eleve ainda mais, honrando o passado glorioso da colectividade, dos seus fundadores e dos que lealmente a serviram durante nove décadas e meia.


sexta-feira, 7 de agosto de 2015

António Dias Lourenço, um amante da liberdade

António Dias Lourenço faleceu em 2010, faz hoje 5 anos. É pois um momento oportuno para não esquecer esse grande português e um dos mais destacados dirigentes comunistas da história do PCP que dedicou a vida à luta dos trabalhadores e do povo português, à luta do seu Partido contra o regime fascista, contra a exploração, pela liberdade, pela democracia, pelo socialismo e por uma nova sociedade.

Dias Lourenço nasceu em Vila Franca de Xira em 25 de Março de 1915, filho de uma costureira e de um ferreiro. Foi amigo de infância de Alves Redol. “Muitas vezes quando a maré já estava vazia íamos de barco até uma rocha que ficava um bocadinho fora do Tejo no momento da vazão da maré. Descíamos e íamos apanhar o marisco. Éramos íntimos amigos”, disse Dias Lourenço em 2007 numa entrevista ao jornal “O Mirante”. Com Redol, Dias Lourenço é co-responsável pela popularização do neo-realismo. “O Alves Redol era o principal, mas eu e vários jovens com tendências intelectuais e políticas demos grande impulso a todo esse movimento literário que é conhecido naquela zona”, contou na mesma entrevista. 
Aos 13 anos Dias Lourenço começou a trabalhar, como torneiro mecânico. Aos 17 aderiu ao PCP. “Éramos jovens profundamente ligados à intelectualidade e ao jornalismo. Organizávamos aulas no velho sindicato que funcionava como escola. Chegamos a juntar 50 ou 60 trabalhadores com mulheres. Costureiras e fiadeiras e operários. Aprendi a falar Esperanto para poder dar aulas à malta. Tínhamos muita actividade literária e com forte participação nesses jornais da época. Não só de Vila Franca e do Ribatejo, mas também de Lisboa”.
António Dias Lourenço teve activa participação na reorganização do Partido de 1940/41, nomeadamente no Baixo Ribatejo (onde integrou o respectivo Comité Regional), tendo-se tornado funcionário do Partido e passado à vida clandestina em 1942, assumindo a responsabilidade de tipografias e do aparelho central da distribuição da imprensa do Partido. 
Eleito para o Comité Central em 1943 só de lá saiu em 1996 "para dar lugar a outros camaradas mais novos". Dias Lourenço integrou organismos dirigentes das grandes greves de Julho e Agosto de 1943 e de Maio de 1944 e esteve ainda ligado a outras grandes acções de massas como o 1º de Maio de 1962 e a luta pela conquista das 8 horas de trabalho nos campos. Integrou o Secretariado do Partido entre 1957 e 1962, e foi membro da Comissão Política em 1956 e entre 1974 e 1988. Foi responsável pelo «Avante!», Órgão Central do PCP, de 1957 a 1962, ano da segunda prisão, e seu Director desde a publicação do primeiro número legal em 1974 até 1991.
Preso duas vezes, em 1949 e 1962, Dias Lourenço passou 17 anos nas prisões fascistas, tendo protagonizado uma das mais audaciosas fugas ao evadir-se do Forte de Peniche em 1954. Nesta fuga, quando viu que o grupo de pescadores com quem seguia queria entregá-lo à polícia, abriu o jogo: "Sou membro do PCP, acabei de fugir do Forte, vocês têm de me ajudar". Eles ajudaram. Em 1960, é Dias Lourenço quem organiza a fuga de Álvaro Cunhal e de mais dez membros do PCP, num "trabalho meticuloso e sigiloso que durou muitos meses".

Entre 1962 e Abril de 1974, haveria de voltar à prisão onde "não podia inventar nada, porque nem papel tinha para escrever". Mas Dias Lourenço "ia pensando em tudo, fazendo versos, cantando cá para mim", como recorda numa das muitas vezes que voltou a Peniche para recordar passo a passo a audaciosa fuga de 1954. "Engendrou tudo sozinho, estudou as marés, avisou que ia partir, destruiu a vedação de uma cela solitária, atirou-se ao mar em pleno Dezembro - quando a polícia chegou ao local, constatou que é preciso gostar muito da liberdade para fugir daquela maneira".
Dias Lourenço nunca negou a sua ligação ao partido, mas não havia ameaça ou tortura que o fizesse abrir a boca. "Sou membro do Comité Central do PCP, mas recuso-me a dizer seja o que for", declarou, quando foi preso pela primeira vez, em 1949, antes de ser espancado a cassetete com a preocupação de manter uma expressão que não fosse de dor, Inventou “um sorriso constante” para que os pides não lhe vissem na cara o sofrimento provocado pela tortura. “Eu já sabia que eles gostavam de ver a cara dos presos sob a tortura. E resolvi construir para a minha cara um ligeiro sorriso constante. (…) A mim não me hão-de ver a cara torturada”. Quando o filho António morreu, ainda criança – o maior desgosto da vida de Dias Lourenço – não o deixaram ir ao funeral.  “O facto de estar preso e de não lhe permitirem comparecer no funeral foi uma forma particularmente vil de [a PIDE] procurar quebrar a sua firmeza. Uma vez mais, falharam. A prisão da sua filha Ivone foi igualmente causa de sofrimento. Mas também de orgulho, pela mulher e pela comunista que se tornara”.  
Quando chegou o 25 de Abril, António Dias Lourenço estava preso no hospital-prisão de Caxias. E antes da revolução estava a planear outra fuga. Uma vez disse: “O 25 de Abril lixou-me a fuga”. Dessa vez a ideia era vestir-se de mulher e sair pela porta principal no final do horário das visitas, misturando-se com elas. O actor Rogério Paulo já lhe tinha entregue duas perucas, uma loira e outra morena, para compor o disfarce. Mas da segunda vez não foi preciso. Ao todo, António Dias Lourenço esteve preso 17 anos. Cinco em Peniche, de onde saiu atirando-se para o mar, e 12 em Caxias até ser libertado pelo 25 de Abril. Quando Álvaro Cunhal chegou a Lisboa vindo do exílio, António Dias Lourenço já conseguiu ir esperá-lo ao aeroporto. 
António Dias Lourenço foi Deputado entre 1975 e 1987, tendo feito parte da Assembleia Constituinte. Deixou publicadas valiosas obras ligadas à luta como «Vila Franca de Xira: um concelho no país – contribuição para a história do desenvolvimento socio-económico e do movimento político-cultural», «Alentejo: legenda e esperança», e ainda «Saudades... não têm conto! - Cartas da prisão para o meu filho Tónio».
Com Alves Redol, Dias Lourenço inventou os “passeios no Tejo”. “O Redol e eu fazíamos o trajecto entre Vila Franca e o Carregado. Saíamos do barco e íamos petiscar para o campo. Uma gaita! Íamos comer, mas íamos era conversar sobre política. No Tejo não havia ninguém para nos ouvir. Ali ficávamos e ali fazíamos grandes reuniões. Já nas propriedades do Palha Blanco”, contou Dias Lourenço a “O Mirante”. 
Assistiu ao nascimento de Alves Redol escritor: “O Redol a certa altura começa a escrever. E um dia em Vila Franca chama-me. Tinha seis folhas de papéis almaço escritas à mão. ‘Olha, quero que tu leias e que me digas se sou capaz de escrever um romance’. Então eu pus-me em sentido, em jeito de brincadeira: ‘Decreto número um, artigo primeiro: Declaro que tu és capaz de fazer um romance’ (Risos). Claro que era capaz de escrever romances, como sabe, fez vários... mas esse era o primeiro. Chamava-se “Glória – uma aldeia do Ribatejo”.  
Um dia, em plena ditadura, canta “A Internacional” ao lado de Miguel Torga. “Uma vez eu, o Redol e ele passámos o Tejo para o lado de lá. Tinha acabado a Guerra Civil de Espanha. Estávamos a falar os três sobre o assunto. O Torga, o Redol e eu a certa altura começámos a cantar ‘A Internacional’. A certa altura diz o Torga: ‘Caramba, nunca pensei que alguma vez se pudesse cantar a Internacional alto neste nosso Portugal!”. É claro. Ninguém mais podia ouvir. Senão nós três. Estávamos sozinhos”. 
Viveu 17 anos na clandestinidade e esteve preso outros tantos, dirigiu o jornal Avante durante igual período e dizia que 17 era o seu número da sorte e do azar. Até ao fim, mesmo com a saúde já débil, Dias Lourenço continuou a ir quase todos os dias à sede do PCP. São assim os "nossos grandes Homens"!
Fontes: www.pcp.pt; JN; Wikipédia

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Enola Gay

Setenta anos é muito tempo, mas não devemos esquecer, nunca!


Enola Gay,
Is mother proud of little boy today
Oh oh, this kiss you give,
It's never ever gonna fade away

Enola Gay,
It shouldn't ever have to end this way
Oh oh Enola Gay,
It should've faded our dreams away

It's 8 : 15,
Oh that's the time that it's always been
We got your message on the radio,
Condition's normal and you're coming home

Enola Gay,
Is mother proud of little boy today
Oh oh, this kiss you give,
It's never ever gonna fade away


Do El País:

A Ponte...

A 6 de Agosto de 1966 era inaugurada a Ponte Lisboa-Almada, sob o nome do ditador do Estado Novo. Com a Revolução de 25 de Abril de 1974 tornou-se um símbolo da liberdade e naturalmente rebaptizada de Ponte 25 de Abril. Faz hoje 49 anos.
(imagem retirada de www.infraestruturasdeportugal.pt)
Em dia de aniversário, a empresa gestora Infraestruturas de Portugal inaugura uma exposição sobre a Ponte, com o texto que aqui se reproduz (http://www.infraestruturasdeportugal.pt/centro-de-imprensa/ponte-que-nos-liga).
"A 6 de agosto de 2015 esta obra emblemática comemora 49 anos. Como tal, a efeméride não poderia passar despercebida.
A Ponte que nos liga” estará patente na Estação Ferroviária do Cais do Sodré, entre 6 e 14 de agosto. Sendo itinerante, esta mostra pode depois ser visitada, de 14 de agosto a 4 de setembro, na Estação de Santa Apolónia, de 4 a 30 de setembro, na Estação de Roma-Areeiro, e de 30 de setembro a 20 de outubro, na Estação de Lisboa-Oriente.
A Ponte sobre o Tejo foi inaugurada a 6 de agosto de 1966 com o nome ‘Ponte Salazar’ e, após a Revolução de 1974, foi rebatizada como ‘Ponte 25 de Abril’. Ligou a margem direita e a margem esquerda do rio Tejo e tornou-se símbolo.
Obra maior de engenharia, lugar de pendularidade, de radicalização da transformação do território, de  produção do urbano, de contestação, de fruição.
Muito mais que paisagem que a vista abarca, é lugar de observação.
A Ponte que nos liga é elemento da essência da cidade e faz do Tejo um rio habitado. Como qualquer ponte rodoferroviária que atravessa um rio em meio urbano, a Ponte 25 de Abril liga margens, territórios, bens e pessoas. O seu caráter, contudo, vem da grandeza da obra de engenharia, do trabalho de quem a construiu, da estética que embeleza a paisagem,  da energia que dela emana.
A exposição comemorativa do 49.º aniversário da Ponte 25 de Abril, que conta com o apoio da JCDecaux, revisita as datas que marcam a sua história, mas centra-se no registo iconográfico da sua construção. 
Ao longo dos últimos 49 anos, esta  emblemática infraestrutura adaptou-se e respondeu às necessidades de mobilidade urbana, acompanhando o processo de metropolização a sul. Em 2016 comemora-se o seu 50.º Aniversário. Nesta data, como antes, um postal ilustrado das cidades de Almada e Lisboa não viverá sem o seu rio e sem a sua Ponte.
Ponte 25 de Abril – Uma Ponte e tantos destinos"

terça-feira, 4 de agosto de 2015

A Rádio chega aos 80

A Rádio em Portugal faz hoje 80 anos. A então Emissora Nacional surgiu em 1935, com o inicio do Estado Novo e na plenitude da ditadura de A.Salazar. 

Sem nenhuma espécie de saudosismos, uma viagem pela antigamente com Vasco Santana, num registo dos anos 40:



E pelos dias de hoje, a magia continua...

E a música da efeméride:


Obs: A evocação do nascimento da Rádio é certamente mais acolhedor do que a recordação do trágico (um dos tristes momentos da História de Portugal) acontecimento do dia 4 de Agosto de 1578, a Batalha de Alcácer-Quibir e a morte de D. Sebastião.

sábado, 1 de agosto de 2015

1º de Agosto

O 1º de Agosto na versão dos Xutos & Pontapés, aqui com um video de um programa do Júlio Isidro, no registo áudio do mítico RRV (de acordo com o autor!).