sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

No more!

A 30 de Janeiro de 1972, o exército britânico mata 14 activistas católicos em Derry (Irlanda do Norte) e fere cerca de 26, durante uma manifestação pacifica em defesa dos direitos humanos, no episódio conhecido como Domingo Sangrento (Bloody Sunday), eternizado na música dos U2, "Sunday Bloody Sunday", do álbum War (1983):


"Das catorze vítimas mortas, seis eram menores de idade e um sétimo ferido faleceu meses depois do incidente. Todas as vítimas estavam desarmadas e cinco delas foram alvejadas pelas costas. Os manifestantes protestavam contra a política do governo norte-irlandês de prender sumariamente pessoas suspeitas de actos terroristas." 

Também a 30 de Janeiro, mas de 1948, um hindu radical mata Mahatma Gandhi (dosânscrito "Mahatma", "A Grande Alma"), idealizador e fundador do moderno Estado Indiano e o maior defensor do princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto (satyagraha) como um meio de revoluçãoO princípio do satyagraha, frequentemente traduzido como "o caminho da verdade" ou "a busca da verdade", também inspirou gerações de activistas democráticos e anti-racismo, incluindo MLK e  Mandela. Frequentemente Gandhi afirmava a simplicidade de seus valores, derivados da crença tradicional hindu: verdade (satya) e não-violência (ahimsa).


Dentro do ideal de paz e não-violência que ele defendia, uma de suas frases relevantes: "Não existe um caminho para paz! A paz é o caminho!". Sobre Gandhi, Albert Einstein escreveu que "as gerações por vir terão dificuldade em acreditar que um homem como este realmente existiu e caminhou sobre a Terra.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

70 anos depois

A libertação de Auschwitz, sete décadas depois...aprendemos alguma coisa?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Rafael Bordalo Pinheiro


Rafael Bordalo Pinheiro, 110 anos depois da sua morte, a sua obra continua de uma actualidade impressionante. 
Afinal, hoje em dia são muitos os momentos que só nos apetece ter a postura do Zé Povinho!


No site do museu Bordalo Pinheiro podemos ler o seguinte:
(…) retratos muito mais vivos, muito mais parecidos com o original do que as próprias fotografias das personagens que representam, desenhou-os êle de um só jacto na pedra litográfica ou no papel autógrafo, entre a meia-noite e as cinco horas da madrugada, em pé à banca, sob a luz crua e mordente do gás, sempre à última hora, febricitante de pressa, escorrendo suor, com a testa e o nariz manchado de prêto pelas dedadas de craião, fumando àvidamente cigarretes, falando sempre, cantando, assobiando ou deitando complacentemente a língua de fora às figuras (…)"
 Ramalho Ortigão (sobre Rafael Bordalo Pinheiro), As Farpas, Abril de 1882

sábado, 17 de janeiro de 2015

Torga partiu há vinte anos

A 17 de Janeiro de 1995 partiu Torga, ou mais precisamente Adolfo Correia da Rocha, que em 1934 adoptou o pseudónimo de Miguel Torga, em homenagem aos vultos espanhóis Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno, e ainda à torga, essa planta brava que deita raízes sob a aridez da rocha.
(Fonte:Farrapos de Memória)

Sempre admirei Torga, sem dúvida os dos maiores escritores portugueses, um amante da liberdade. Recorro-me muitas vezes da sua poesia, mas hoje fico-me pelos indignados e por parte de um artigo que Maria Ramos Silva escreveu no jornal i:
"...Ninguém esqueceu a "Mensagem" do poeta. Como ninguém esqueceu as prescrições do senhor doutor, os seus ecos do Marão, da terra, das gentes rurais, das searas, das vinhas, da natureza em movimento perpétuo. Ninguém esqueceu a voz inconformada de um país rochoso, com muita pedra por partir; um Portugal feito cântico em cada linha. O mesmo que demorou a entender a raiz humana desses "Bichos" (1940), nascidos para lentidão de uma polícia política sem génio para ler, quanto mais nas entrelinhas.
Pode descansar o rústico ilustre que colaborou e rompeu com a revista "Presença", que se estreou na poesia com "Ansiedade", pelos 20 anos, que deixou matéria para generosa antologia, que martelou as teclas da máquina ao serviço da prosa, que assinou peças para os palcos, que actualizou os seus diários com memórias e crítica social até vésperas da despedida. Dividiu a vida entre a especialidade de otorrino e a literatura, a narrar recordações, a infância em Trás-os-Montes, as paisagens, a primeira viagem por uma Europa dominada pelo fascismo, o encontro com exilados em Paris, a luta contra o Estado Novo, a guerra civil espanhola, a sua experiência atrás das grades durante o regime de Salazar. Momentos fixados pelo primeiro escritor a receber o Prémio Camões (1989) em "A Criação do Mundo", registo em vários volumes, de carácter biográfico com elementos fictícios, que começou a imprimir em 1937, e que se estendeu até 1939, aqui e ali "esmagado pela bota opressora" da censura, fruto das "ideias subversivas" que lhe mostraram o caminho para o isolamento no Aljube. "Em matéria literária, o meu desespero nunca desespera", confessa o escritor, que entre 1942 e 1943 assume o risco e continua a editar-se a si próprio. Chegam os contos e "Novos Contos da Montanha" (1944), mais páginas dos seus diários, poemas ibéricos e os versos de "Orfeu Rebelde" (1958)..."

domingo, 11 de janeiro de 2015

Ano Internacional dos Solos 2015

Em 20 de Dezembro de 2013, na sua 68ª sessão, a Assembleia-geral das Nações Unidas aprovou a resolução A/RES/68/232 que declara o dia 5/Dezembro como ‘Dia Mundial do Solo ’ (World Soil Day , WSD) e o ano de 2015 como ‘Ano Internacional dos Solos ’ (International Year of Soils , IYS 2015). 


Na mesma resolução a Food and Agriculture Organization (FAO) das Nações Unidas é a entidade incumbida da implementação do Ano Internacional dos Solos, no quadro da Parceria Global do Solo ((Global Soil Partnership , GSP – ver notícia respectiva) e em colaboração com os governos e o secretariado da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (United Nations Convention to Combat Desertification , UNCCD).
Os solos do planeta Terra estão actualmente em perigo devido à expansão das cidades, desflorestação, uso de terra e práticas de gestão insustentáveis, poluição, o pastoreio excessivo e as alterações climáticas. O rácio actual de degradação dos solos ameaça a capacidade de corresponder às necessidades das gerações futuras. A FAO alerta para que, enquanto os solos estejam em risco, a agricultura sustentável, a segurança alimentar e o próprio ecossistema estão comprometidos.
De forma gnérica, o IYS 2015 visa aumentar a consciencialização e a compreensão da importância do solo para a segurança alimentar e as funções vitais dos ecossistemas e tem os seguintes objectivos específicos:

  • Consciencializar a sociedade e os decisores públicos sobre a profunda importância do solo para a vida humana;
  • Educar o público sobre o papel crucial que o solo desempenha na segurança alimentar, na adaptação e mitigação das mudanças climáticas, nos serviços essenciais dos ecossistemas, na redução da pobreza e no desenvolvimento sustentável;
  • Apoiar políticas e acções efectivas para a gestão sustentável e a protecção dos recursos do solo;
  • Promover o investimento em actividades de gestão sustentável do solo para desenvolver e manter solos saudáveis para diferentes utilizadores da terra e grupos populacionais;
  • Fortalecer iniciativas relacionadas com o processo de SDG (Sustainable Development Goals - Objectivos de Desenvolvimento Sustentável) e agenda pós-2015;
  • Advogar por um reforço rápido da capacidade de recolha de informação sobre o solo e da sua monitorização em todos os níveis (global, regional e nacional).

Mais informações em http://www.fao.org/soils-2015/en/.

sábado, 3 de janeiro de 2015

A Fuga de Peniche

Nos 55 anos da famosa fuga de Peniche, um documentário já com alguns anos:

O Forte de Peniche alberga muitas histórias que são parte da história da resistência à ditadura fascista do Estado Novo. Merece especial referência a fuga de 3 de Janeiro de 1960 que devolveu à liberdade e à luta dez destacados dirigentes e militantes do PCP: Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério Carvalho e Francisco Martins Rodrigues.
De acordo com o testemunho de Carlos Costa e Jaime Serra, ..."a história não os deixa esquecer, parou, frente ao Forte, um carro com o porta-bagagens aberto. Era o sinal de que, do exterior, estava tudo a postos. Quem deu o sinal foi Rogério Paulo, actor, já falecido. Dado e recebido o sinal, no interior do Forte dá-se início à acção planeada. Segundo relataram, o carcereiro foi neutralizado com uma anestesia e com a ajuda de uma sentinela – José Alves – integrado na organização da fuga. Os fugitivos passaram, então, sem serem notados, a parte mais exposta do percurso. Estando no piso superior, desceram para o piso de baixo por uma árvore. Daí correm para a muralha exterior para descerem, um a um, através de uma corda feita de lençóis para o fosso exterior do forte. Tiveram ainda que saltar um muro para chegar à vila, onde estavam à espera os automóveis que os haviam de transportar para as casas clandestinas onde deveriam passar a noite. Esta fuga, segundo contaram, só foi possível graças a um planeamento muito rigoroso e uma grande coordenação entre o exterior e o interior da prisão. De fora, a ajuda partiu de Pires Jorge e António Dias Lourenço, com a ajuda de Octávio Pato, Rui Perdigão e Rogério Paulo.
E Amália a cantar um fado, proibido pela censura pela sua "associação" à fuga de Peniche.