terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Pelo sonho é que vamos, Sebastião da Gama


Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.

Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.

Chegamos? Não chegamos?
– Partimos. Vamos. Somos.


Sebastião Artur Cardoso da Gama nasceu em 10 de abril de 1924, em Vila Nogueira de Azeitão, tendo falecido a 7 de fevereiro de 1952, faz hoje 65 anos.


Sebastião da Gama, poeta e pedagogo, foi a voz pioneira na defesa da Serra da Arrábida. Indiscutivelmente apaixonado pela natureza, a serra foi importante fonte de inspiração na sua poesia. São os problemas de saúde que, por indicação médica, o levam ainda criança ao encontro com o ar puro da serra da Arrábida. Rodeado por todas as tonalidades de verde, com o mar ao fundo, que cedo começa a escrever verdadeiros hinos à natureza e a desenvolver uma consciência ambiental que será o embrião da criação, em 1948, da LPN-Liga para a Protecção da Natureza. Ao verificar que aquele “paraíso” começava já ao tempo a sofrer várias ameaças, envia uma carta, em agosto de 1947, para várias personalidades, a pedir a defesa da Serra da Arrábida, a qual constituiu motivação suficiente para criação da primeira associação ambientalista portuguesa.
Morre precocemente, com 27 anos, vitima de tuberculose, deixando uma obra vasta e coerente: «Pelo sonho é que vamos», «Serra- Mãe»,”Loas a Nossa Senhora da Arrábida” e o «O segredo é amar» são obras  que revelam um autor único que, igualmente, privilegia uma relação com o divino, como relata o vídeo seguinte:


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