Hoje, dia de Santo António, para além do significado religioso e popular, trata-se de uma data de chegadas e partidas. Recordamos Fernando Pessoa e António Variações em a “Canção”:
CANÇÃO, um poema de Fernando Pessoa, no álbum DAR &
RECEBER (Portugal, EMI-Valentim de Carvalho, 1984).
Silfos ou gnomos tocam?...
Roçam nos pinheirais
Sombras e bafos leves
De ritmos musicais.
Ondulam como em voltas
De estradas não sei onde
Ou como alguém que entre árvores
Ora se mostra ou esconde.
Forma longínqua e incerta
Do que eu nunca terei...
Mal oiço e quase choro.
Por que choro não sei.
Tão ténue melodia
Que mal sei se ela existe
Ou se é só o crepúsculo,
Os pinhais e eu estar triste.
Mas cessa como uma brisa
Esquece a forma aos seus ais;
E agora não há mais música
Do que a dos pinheirais.
Silfos ou gnomos tocam?...
Roçam nos pinheirais
Sombras e bafos leves
De ritmos musicais.
Ondulam como em voltas
De estradas não sei onde
Ou como alguém que entre árvores
Ora se mostra ou esconde.
Forma longínqua e incerta
Do que eu nunca terei...
Mal oiço e quase choro.
Por que choro não sei.
Tão ténue melodia
Que mal sei se ela existe
Ou se é só o crepúsculo,
Os pinhais e eu estar triste.
Mas cessa como uma brisa
Esquece a forma aos seus ais;
E agora não há mais música
Do que a dos pinheirais.
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