terça-feira, 21 de julho de 2015

Nestes dias quentes, a frescura de uma reflexão

Por estes dias ouvimos muito falar da Europa, Grécia,..as opiniões são quase todas alinhadas pela espuma do que a "pseudo-elite comentarista" nos diz. Mas sempre existe alguém que pensa para além do que vamos assistindo. Bem à frente do tempo que vivemos, JPP (José Pacheco Pereira) reflecte como poucos sobre "os dias de lixo(não é o único, certamente!). O texto que publicou na última edição da revista Sábado (e no seu blogue Abrupto) é disso um bom exemplo. Pelo significado aqui fica um pequeno extracto (os sublinhados são da minha autoria):

"MORAL
O tempo mostrará como a pior herança destes dias de lixo que vivemos já há vários anos será de carácter moral. Moral de moral social, cultural e política, atingida no seu cerne pela emergência de uma forma de egoísmo social que se materializa em profundas divisões entre diferentes grupos na sociedade e pela tendência de se ser egoísta olhando para o lado, para o vizinho, ou para os pais dos colegas do filho na escola, ou para o companheiro de trabalho, para a mesa do café do lado, para o que recebe mais 10 euros do que eu, em vez de se olhar para cima, para o exercício do poder e para as suas opções. Lá em cima, agradece-se.

Populismo 
Este populismo egoísta, que atinge as pessoas e as nações, tem sido incentivado pelo discurso do poder e ao fortalecer um populismo que é sempre anti-sistema, isola o poder da competição democrática, estiola as alternativas e tende a perpetuar -se. São cada vez menos, mas cada vez mais poderosos
Uma das razões de sucesso desta imoralidade triunfante é que ela fornece uma panaceia para o ego ofendido de muita gente. Convencidos de que não podem mudar nada – não há alternativa –, o vizinho serve de bode expiatório. Num país (ou numa Europa) atingido por uma anomia profunda – resultado entre outras coisas do apagamento das diferenças históricas entre uma direita de interesses e uma esquerda que de há muito soçobrou aos mesmos interesses, e refiro-me aos socialistas cujo papel na castração da acção colectiva é enorme –, o que hoje se está a dividir, dificilmente se juntará. ..."

Ler o artigo completo aqui.

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