A 9 de Março de 1987, os U2 editavam o álbum "The Joshua Tree". Foi precisamente há 30 anos que o mundo conheceu de “Where The Streets Have no Name” e mais 10 temas que projectaram definitivamente a banda irlandesa pelo mundo fora."The Joshua Tree" é, de facto, um álbum especial que mostrou uma banda fascinada pelos grandes espaços (desertos, montanhas, cidades...), mas também por um certo ideário americano que parece percorrer o pensamento de muitos europeus, particularmente dos irlandeses. Simultaneamente, existem canções marcadamente políticas, que olham de forma assertiva para uma outra realidade americana, bem mais negativa, envolta em sérios problemas sociais decorrentes das políticas internas e externas dos governos republicanos de Ronald Reagan. Porém, não faltam as referencias mais introspectivas das vivências dos membros da banda.
![]() |
Foto da Capa The Joshua Tree |
Musicalmente estamos perante canções intensas, de batidas
fortes ao ritmo da bateria de Larry Mullen Jr, do baixo de Adam Clayton e na
guitarra The Edge, com nuances aos melhores acordes dos anos 60 e 70. Ao
resultado final deste trabalho não foi alheia a produção de dois mestres: Brian
Eno e Daniel Lanois.
Para assinalar o 30º aniversário de The Joshua Tree,
os U2 vão lançar uma edição de aniversário do álbum a 2 de junho. Além das 11
faixas originais, uma edição "super deluxe" incluirá a gravação do
concerto de 1987 no Madison Square Garden, raridades e lados B das sessões
originais, bem como remisturas feitas das canções por Daniel Lanois, St.
Francis Hotel, Jacknife Lee, Steve Lilywhite e Flood. Um livro de capa dura com
84 páginas de fotos inéditas registadas por The Edge no deserto de Mojave
completa o pacote.
U2 2017, 30 anos depois The Joshua Tree
Ao que parece o mundo quer de novo
ouvir esta sonoridade, o que levou os U2 a iniciarem a The Joshua Tree Tour
2017, que infelizmente não passará por Portugal - Barcelona, a 18 de julho,
será mesmo a paragem mais próxima.
Em 2007, houve uma edição especial do
disco remasterizada e com alguns bónus, mas agora o contexto é completamente
diferente e, à celebração do aniversário daquele sobrepõe-se a necessidade de
transpor para o mundo atual o caráter político e de intervenção patente em
The Joshua Tree. Não há dúvida que esta será também uma Tour com
protestos contra os acontecimentos políticos que recentemente marcaram a
Inglaterra (Brexit) e os Estados Unidos da América (a eleição de Trump). Os U2
fazem questão de esclarecer que as ações de comemoração dos 30 anos do álbum
não se encaixam na categoria da nostalgia: "enquanto banda",
esclarece Bono, "não somos conhecidos pelo espelho retrovisor",
e, portanto, "no que diz respeito à digressão de The Joshua Tree, a
minha esperança é, em primeiro lugar, que seja uma transcendente noite de rock
and roll; em segundo lugar, se me forem permitidas ainda maiores ambições para
este concerto de rock, adoraria que se tornasse uma oportunidade para que tanto
o nosso público como nós próprios pudéssemos colocar a questão: “o que
significa hoje ser americano ou europeu?”
Sem comentários:
Enviar um comentário