sábado, 27 de fevereiro de 2016

mil estrelas no colo

“mãe, eu sei que ainda guardas mil estrelas no colo.
eu, tantas vezes, ainda acredito que mil estrelas são
todas as estrelas que existem. “

 José Luís Peixoto, in 'A Casa, a Escuridão'

domingo, 21 de fevereiro de 2016

5 minutos jazz

O programa de rádio 5 Minutos Jazz, da autoria de José Duarte, faz a bonita idade de 50 anos. É obra! Parabéns!
Aqui fica a evocação da data:


sábado, 20 de fevereiro de 2016

Eco (s)

“O Riso liberta o vilão do medo do diabo, porque na festa dos tolos o Diabo aparece pobre e tolo, portanto controlável. Mas este livro poderia ensinar que libertar-se do medo do diabo é a sapiência. Quando ri, enquanto o vinho lhe borbulha na garganta, o vilão sente-se senhor, porque subverteu as relações de senhoria: mas este livro poderia ensinar aos doutos os enigmas argutos, e a partir daquele momento ilustres, com que legitimar a subversão. Então transformar-se-ia em operação do intelecto aquilo que no gesto irreflectido do vilão é ainda e felizmente operação do ventre. Que o riso seja próprio do homem é sinal dos nossos limites de pecadores. Mas deste livro quantas mentes corruptas como a tua extrairiam o extremo silogismo, pelo o qual o riso é a finalidade do homem! O riso, desvia, por alguns instantes, o vilão do medo. Mas a lei impõe-se através do medo, cujo verdadeiro nome é temor de Deus. E deste livro poderia partir a centelha luciferina que transmitiria ao mundo inteiro um novo incêndio: e o riso designar-se-ia como a arte nova, ignorada até de Prometeu, para anular o medo.”
Umberto Eco, O Nome da Rosa. 1980


A melhor homenagem que fazemos a um escritor é ler os seus livros. Umberto Eco, uma das grandes figuras da cultura europeia partiu ontem, aos 84 anos, mas deixou-nos um vasta e brilhante obra.Aqui ficam alguns exemplos:
Romances
·        O nome da rosa (Il nome della rosa, 1980) (Prêmio Médicis, livro estrangeiro na França);
adaptação cinematográfica de Jean-Jacques Annaud, com Sean Connery e Christian Slater nos papéis principais;
·        O Pêndulo de Foucault (livro) (Il pendolo di Foucault,1988);
·        A ilha do dia anterior (L'isola del giorno prima, 1994);
·        Baudolino (Baudolino, 2000);
·        A misteriosa chama da rainha Loana (La misteriosa fiamma della regina Loana 2004).
·        O Cemitério de Praga (Il cimitero di Praga), 2011
·        O número zero (Numero zero), 2015
 Ensaios
Obras nas áreas de filosofiasemióticalinguística, estética, traduzidas para a língua portuguesa:
·        Obra aberta (1962)
·        Diário mínimo (1963)
·        Apocalípticos e integrados (1964)
·        A definição da arte (1968)
·        A estrutura ausente (1968)
·        As formas do conteúdo (1971)
·        Mentiras que parecem verdades (1972) (co-autoria de Marisa Bonazzi)
·        O super-homem de massa (1978)
·        Lector in fábula (1979)
·    A semiotic Landscape. Panorama sémiotique. Proceedings of the Ist Congress of the International Association for Semiotic Studies (1979) (co-autoria de Seymour Chatman e Jean-Marie Klinkenberg).
·        Viagem na irrealidade cotidiana (1983)
·        O conceito de texto (1984)
·        Semiótica e filosofia da linguagem (1984)
·        Sobre o espelho e outros ensaios (1985)
·        Arte e beleza na estética medieval (1987)
·        Os limites da interpretação (1990)
·        O signo de três (1991*) (co-autoria de Thomas A. Sebeok)
·        Segundo diário mínimo (1992)
·        Interpretação e superinterpretação (1992)
·        Seis passeios pelos bosques da ficção (1994)
·        Como se faz uma tese (1995*)
·        Kant e o ornitorrinco (1997)
·        Cinco escritos morais (1997)
·        Entre a mentira e a ironia (1998)
·        Em que creem os que não creem? (1999*) (co-autoria de Carlo Maria Martini)
·        A busca da língua perfeita (2001*)
·        Sobre a literatura (2002)